Arritmias Cardíacas

A arritmia cardíaca é alteração dos batimentos do coração que pode ocorrer com a mudança da frequência ou da regularidade dos batimentos. Arritmia pode se manifestar sem nenhum sintoma ou pode ser a responsável por sensação de palpitações, ‘batedeiras’, aceleramento (taquicardia) do coração ou cansaço, falta de ar, tontura, dificuldade de fazer atividades habituais e até mesmo desmaios (síncope).

Acredita-se que até 0,2% da população tenha arritmia cardíaca e para pessoas acima de 80 anos esse valor ultrapassa os 10%.Suas causas são muito variadas e mudam de acordo com o tipo de arritmia, assim como o tratamento, que evoluiu e segue evoluindo muito nos últimos anos, cada vez com opções mais modernas e eficazes.

Palpitações

As palpitações são um sintoma muitas vezes relacionado à arritmias cardíacas. É descrita como a percepção do batimento cardíaco que pode ser fora do ritmo ou não.

Normalmente nós não somos capazes de perceber nosso próprio batimento cardíaco porém em alguma situações isso pode ocorrer como: febre, desidratação, anemia, problemas de tireoide, gravidez, exercício físico, estresse emocional ou períodos de ansiedade, além de é claro, durante arritmias cardíacas.

Para saber se as palpitações estão relacionadas ou não à arritmia é necessária avaliação de um cardiologista preferencialmente especialista em arritmias cardíacas e além da consulta e avaliação clínica serão feitos alguns exames complementares.

Existem diversos métodos diagnósticos para conseguir identificar a causa das palpitações. os mais comuns são o eletrocardiograma e o Holter de 24h mas existem outros como holter de 7 dias (‘seven’) ou looper, monitor de eventos externo e monitor de eventos implantável além de smartwatches e dispositivos como alive cor.

Extrassístoles

As extrassístoles são um tipo de arritmia cardíaca muito frequente. Elas decorrem da existência de um estímulo ‘extra’ no coração. Algum foco que habitualmente não deveria gerar batimentos cardíacos dispara causando uma batida descompassada que pode ser descrita como “falha” no batimento ou como um batimento mais forte, um “tranco”.

A causa das extrassístoles muitas vezes não é identificada, sendo classificada como idiopática e em outras situações pode decorrer de problemas cardíacos genéticos ou adquiridos, como infarto ou miocardite prévios.

Elas podem ser supraventriculares (sendo as atriais as mais comuns) ou ventriculares e são extremamente prevalentes da população geral. A maioria dos indivíduos saudáveis que fizer um exame Holter de 24h apresentará uma pequena carga de extrassístoles, o que é considerado normal.

Exemplo de extrassístole ventricular

Exemplo de extrassístole atrial

Antigamente as extrassístoles eram descritas como benignas porém sabe-se que podem estar relacionadas ao desenvolvimento de taquicardiomiopatia. Por isso, quando esses batimentos extras são muito frequentes ou causam sintomas é necessária uma avaliação com cardiologista especialista em arritmias cardíacas para programar o melhor tipo de tratamento.

O tratamento pode ser com remédios que ‘escondem’ esse foco extra ou pode ser feito através da ablação por radiofrequência que objetiva eliminar o foco da arritmia. Hoje em dia, segundo diretrizes internacionais, a ablação por cateter é o tratamento de escolha com elevada taxa de sucesso no tratamento da arritmia.

Dra. Gabriela Berbert

CRM 165397 | RQE 74.758 | 74.758-1 | 74.758-2

  • Doutorado em saúde pela USP / IDPC em andamento.
  • Médica da sessão de Eletrofisiologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
  • Título de Especialista em Estimulação Cardíaca Eletrônica Implantável pelo Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)
  •  Título de Especialista em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC)
  • Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
  • Especialização em Eletrofisiologia Clínica no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
  • Residência em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – SP
  • Residência em Clínica Médica pela USP em Ribeirão Preto
  • Médica Graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora – M

O que os pacientes dizem sobre meu atendimento:

Gabriela Hinkelmann Berbert - Doctoralia.com.br

Fibrilação atrial e Flutter Atrial

A fibrilação atrial é a arritmia sustentada mais comum que existe. Estima-se que a partir dos 80 anos de idade 1 em cada 4 pessoas terá essa arritmia. Por ser tão frequente e estar relacionada com outros problemas é um dos temas mais estudados da eletrofisiologia e constantemente são publicados novos estudos e atualizações. Nos últimos anos foi um dos tratamentos que mais evoluiu na cardiologia. O flutter atrial é muito semelhante à fibrilação atrial em termos de causas, sintomas e tratamento.

Na fibrilação atrial ao invés dos batimentos compassados e regulares esperados no coração normal temos um ritmo desordenado com frequência cardíaca irregular.

Fonte da imagem (wikipedia). A esquerda normal, a direita fibrilação atrial.

Fonte da imagem (wikipedia). A esquerda normal, a direita fibrilação atrial.

A causa da fibrilação atrial é multifatorial, ou seja, várias coisas contribuem ao longo do tempo para que resulte na arritmia. Os principais fatores de risco são: hipertensão, diabetes, obesidade, insuficiência cardíaca, apnéia do sono e herança genética, além de vários outros que podem ser vistos na figura abaixo. Dentre esses fatores temos dois ‘modificáveis’ muito importantes: obesidade e apneia do sono.

Na maioria das vezes a arritmia ocorre sem que o paciente tenha qualquer sintoma ou em alguns casos pode apresentar palpitações, “batedeira” no peito, fadiga, desmaio, dor no peito ou falta de ar. A ocorrência de fibrilação atrial está relacionada com aumento do risco de insuficiência cardíaca, AVC, demência, mortalidade entre outros.

O diagnóstico da arritmia evoluiu muito ao longo dos anos. Hoje em dia não é feito somente através do eletrocardiograma em pacientes sintomáticos. Com o surgimento de novas tecnologias como os ‘smartwatches’ existe um amplo leque de opções para diagnóstico. A arritmia pode ser percebida durante aferição da pressão arterial, em consultas médicas por outros motivos através da ausculta e palpação do pulso, através do próprio eletrocardiograma ou de tecnologias de monitorização de curta e longa duração (“AliveCor”, ‘apple watch’, holter, monitores de eventos entre outros).

Uma vez feito o diagnóstico é importante tentar determinar há quanto tempo existe a arritmia para classificá-la em paroxística, persistente ou permanente, o que será importante na definição do tipo de tratamento.

A indicação de tratamento da fibrilação atrial não depende apenas dos sintomas uma vez que o problema mais temido que pode ser causado pela arritmia é o acidente vascular cerebral (“AVC”) ou “derrame” que pode ter um impacto muito grande na vida do paciente e seus familiares.

Dessa forma, independente do tratamento da arritmia em si, devemos avaliar a necessidade de anticoagulação, justamente para prevenir a ocorrência do AVC. Hoje em dia indicamos a anticoagulação baseado no escore CHA2DS2-VASc do paciente.

Além da prevenção do AVC através da anticoagulação devemos ainda avaliar o tratamento da arritmia que pode ser feito através de medicações que controlam o ritmo do coração ou ainda através da ablação por cateter.

 

As medicações são úteis no manejo inicial e se associadas a mudanças de estilo de vida como tratamento da obesidade e apneia do sono podem ser suficientes para evitar novos episódios de fibrilação atrial. 

Nos casos em que os remédios não são suficientes ou que o paciente prefere não usar medicação está indicada a ablação por cateter. Nos casos de flutter atrial o tratamento de escolha é sempre ablação por cateter. Nesses casos o tratamento medicamentoso tem alta taxa de recorrência e insucesso, devendo ser evitado se possível.

Independente do tratamento escolhido o paciente portador de fibrilação atrial deve ter um seguimento multidisciplinar adequado para reduzir os potenciais danos causados pela arritmia.

Fonte: 2020 ESC guidelines
https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003

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Taquicardia Paroxística Supraventricular - TPSV

A taquicardia paroxística supraventricular é uma forma muito comum de arritmia em jovens com coração estruturalmente normal. Diferente das outras arritmias aqui abordadas geralmente ela é causada pela presença de ‘feixe extra’ no coração.

A mais comum das TPSV é a taquicardia por reentrada nodal (TRN) que geralmente tem sua primeira manifestação na adolescência como uma taquicardia regular de início súbito que gera um desconforto e está muito associada à presença de palpitações no pescoço.

Caso a avaliação médica seja feita fora dos períodos de crise de taquicardia provavelmente todos os exames realizados serão normais. O diagnóstico pode ser feito clinicamente em avaliação médica, porém é ideal que se tenha uma documentação do eletrocardiograma no momento da crise de palpitações.

Quando o paciente procura o pronto socorro com essa arritmia é feito um eletrocardiograma diagnóstico e pode-se tentar algumas manobras clínicas (compressão do seio carotídeo, manobra de valsalva modificada) para reversão da arritmia. Em caso de falha pode ser necessário utilização de medicamentos na veia (adenosina) ou ainda a cardioversão elétrica sincronizada.

Outra forma de TPSV é a taquicardia por reentrada atrioventricular (TRAV) e as manifestações clínicas e o manejo das crises são semelhantes. Após uma crise de arritmia de forma geral não é necessária internação hospitalar prolongada e o paciente pode receber alta para programação terapêutica ambulatorial. Nesses casos são usadas algumas medicações de forma temporária até a avaliação do especialista em arritmias cardíacas (eletrofisiologista).

No longo prazo o tratamento de escolha para ambas as formas descritas de TPSV é a ablação por radiofrequência que tem excelentes taxas de sucesso com baixa probabilidade de complicações. Algumas medicações podem ser necessárias enquanto se aguarda o procedimento.

Além da TRN e da TRAV a taquicardia atrial pode-se manifestar como TPSV e é a terceira em ordem de frequência diagnóstica diferencial. A taquicardia atrial também tem boa taxa de sucesso com ablação por radiofrequência, porém em alguns casos pode estar associada a alterações cardíacas e pode ser necessário uso prolongado de medicações.

Taquicardia Ventricular

A taquicardia ventricular pode ocorrer em corações normais ou em pessoas com cardiopatias estruturais. As de coração normal podem ser idiopáticas ou fasciculares e tem boa resposta ao tratamento com ablação por radiofrequência.

Já os pacientes com cardiopatia estrutural que apresentam taquicardias ventriculares sustentadas muitas vezes terão indicação do uso de cardiodesfibriladores implantáveis e em caso de terapia (choque) do dispositivo pode ser indicada a ablação por radiofrequência.

Essas arritmias por ocorrerem em corações normais são mais bem toleradas. Geralmente elas têm origem nas vias de saída ou do ventrículo direito ou do ventrículo esquerdo. O tratamento é feito com medicamentos e tem boa resposta a ablação por cateter.

Essa arritmia tem um padrão no eletrocardiograma muito característico. Geralmente ocorre em homens e tem início na adolescência. O uso isolado de medicamentos têm alta taxa de falha e em alguns casos a arritmia pode ser incessante e levar a taquicardiomiopatia (“coração grande”).

Por esse motivo não é indicado tratamento medicamentoso isolado. A ablação por radiofrequência é o tratamento de escolha com taxa de sucesso superior as demais taquicardias ventriculares.

Nesses pacientes essa arritmia pode ser um marcador de gravidade e até mesmo levar a parada cardíaca. É uma urgência médica e na maioria das vezes será indicado o implante de cardiodesfibrilador implantável na prevenção da morte súbita cardíaca.

Em alguns casos, quando há falha no tratamento com remédios, a ablação pode ser usada como auxiliar no tratamento embora a taxa de sucesso seja de cerca de 60%

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